Como funciona o seguro de carro: guia completo para contratação do seu primeiro seguro

Tudo que você precisa saber para contratar o seu primeiro seguro de carro com total segurança e ainda economizar dinheiro.

O momento da compra de um carro a gente não esquece. Algumas pessoas podem até falar que ele já é um bem comum, mas mesmo assim, ele não deixa de ser uma conquista a ser comemorada, principalmente se for o nosso primeiro.

Não sei se é o seu caso, normalmente aqueles que estão comprando um carro pela primeira vez, não tem muito a noção de como lidar com algumas das situações relacionadas à compra e acabam aprendendo através dos seus próprios erros.

Não precisamos errar primeiro pra só depois acertarmos. Por isso, antes de tudo, vamos ver a lista de 6 considerações para a boa compra de um carro que a revista Exame preparou:

  1. Avalie a sua capacidade financeira: Considere todas as despesas que o carro irá gerar e não comprometa muito a sua renda. É preciso levar em conta também os gastos com eventuais imprevistos.
  2. Novo ou usado? A grande vantagem do carro novo é não precisar se preocupar se ele já passou por algum acidente, teve algum problema mecânico e se era bem cuidado pelo antigo dono. Contudo, carros usados ou seminovos têm preços menores.
  3. Escolha a marca e o modelo: Defina o modelo de veículo que melhor atenderá as suas necessidades e compare as marcas considerando principalmente os custos de manutenção que o carro terá, a garantia oferecida, o eventual valor de revenda e o design que mais lhe agrada.
  4. Negocie: Quanto mais informações você tiver do veículo que pretende comprar, mais fortes serão os seus argumentos ao negociar com o vendedor. Não ceda às pressões. Antes de fechar o negócio, pesquise o preço do veículo em outras concessionárias, revendas e na internet.
  5. Comprar à vista ou financiado? A compra à vista pode trazer bons descontos, por isso é sempre a melhor opção. Se for financiar, o ideal é não parcelar em mais do que 36 meses. Entre as opções de financiamento, o consórcio é a que apresenta as menores taxas, seguidas do leasing e CDC.
  6. O seguro: A contratação do seguro é um passo fundamental a compra de um carro. Pesquisar o seguro no momento da compra pode ajudar na escolha do carro, já que os preços variam de acordo com o modelo.

Agora que já vimos o que é preciso considerar na hora de comprar um carro, vamos explorar mais a fundo o último item da lista – o seguro -, que é o nosso assunto.

É muito comum algumas pessoas ficarem confusas sobre o seguro de carro, seja por conta da linguagem própria do mercado  (o famoso segurês) ou pela falta de esclarecimentos por parte do corretor de seguros.

Vamos abordar aqui, de forma objetiva e o mais simples possível, tudo que você precisa saber para contratar o seu seguro com muito mais tranquilidade. Depois, é só engatar a primeira, pisar no acelerador e mandar ver. (Ops! Vá com calma e ponha o cinto).

Os tópicos deste artigo serão:

  • Por que ter um seguro de carro?
  • Os tipos de coberturas e serviços do seguro de carro
  • Quando custa o seguro de carro?
  • Passo a passo da cotação, contratação e renovação do seguro de carro
  • O que fazer em caso de sinistro?

Pronto para entender como funciona o seguro de carro? Vamos lá!

Por que ter um seguro de carro?

Seguros de Carros

Embora existam alguns bons motivos que eu poderia listar aqui e que já seriam razão suficiente para você contratar um seguro para o seu carro, pretendo fazer mais do que isso.

Em primeiro lugar, reflita um pouco…

Quais são os riscos aos quais você, seus eventuais passageiros e o seu carro estarão sujeitos no dia-a-dia? Quais deles você suportaria ou teria condições de assumir financeiramente caso acontecesse?

  • Um acidente de trânsito envolvendo outros veículos e vítimas poderia gerar despesas com oficina, novas peças e assistência às vítimas.
  • Um retrovisor ou para-brisa danificado, despesas com a mão-de-obra e a troca das peças.
  • Se o seu carro não fosse localizado após um roubo ou furto, despesas com a compra de um novo veículo.

Pensou?

Evidentemente, nem todo mundo está sujeito aos mesmos riscos. A probabilidade de um ou outro incidente acontecer, em maior ou menor intensidade, varia conforme as características que diferenciam os milhares de motoristas, veículos, regiões etc.

Podemos comparar o seguro ao pneu reserva (estepe) que nosso carro possui. Torcemos para não precisar dele, contudo, o deixamos sempre calibrado, pois sabemos que existe a possibilidade de um dia termos que lidar com um pneu furado.

Assim como nos preparamos para o risco de um pneu furar, podemos nos preparar também para lidar com outros imprevistos que possam acontecer como o nosso carro. A necessidade de contratar um seguro está justamente ligada àqueles riscos que você não quer ou não tem condições de assumir.

O André Bona, do Blog de Valor, explica melhor essa relação entre o seguro de carro e o planejamento financeiro. Ele fala que além de ser um facilitador em algumas situações, o seguro é uma ferramenta de “proteção” do nosso patrimônio, principalmente se ainda tivermos formando esse patrimônio.

Os tipos de coberturas e serviços do seguro de carro

Seguro de carro: coberturas e serviços

Usamos o carro para ir ao trabalho, supermercado, lazer e a muitas outras atividades que fazem parte do nosso dia-a-dia. Em todas essas situações, infelizmente, estamos vulneráveis aos riscos relacionados ao seu uso: roubo, colisão, acidente etc.

Na prática, o objetivo do seguro de carro é justamente minimizar os prejuízos decorrentes dessas situações, além de oferecer algumas outras facilidades através da prestação de serviços.

Como veremos a seguir, os riscos (roubo, colisão, incêndio etc) estarão garantidos, individualmente ou em grupo, por diversas coberturas. Estas coberturas, por sua vez, farão parte da sua apólice de seguro.

Cobertura para danos ao carro

Em geral, os seguros são formados pelas coberturas básica e as adicionais. No seguro de carro, a cobertura básica é aquela que cobre os principais danos que o veículo possa sofrer. Ela pode ser contratada de 2 duas formas:

  1. Incêndio, Roubo ou Furto: Como o próprio nome já diz, ela cobre os danos decorrentes de incêndio, assim como garante uma indenização em caso roubo ou furto do carro.
  2. Compreensiva: Essa opção, além de incluir os danos decorrentes de incêndio, roubo e furto do veículo, acrescenta a cobertura para colisão, sendo a mais completa.

Coberturas para danos causados ao motorista e passageiros

Se acontecer alguma coisa com o motorista ou os demais ocupantes do veículo, as coberturas de acidentes pessoais por passageiro (APP) são as que garantem uma indenização nesse caso.

Podem ser contratadas coberturas para morte, invalidez permanente e despesas médico-hospitalares, todas exclusivamente decorrentes de acidentes.

Cobertura para danos a terceiros

As coberturas de danos a terceiros ou RCF-V (Responsabilidade Civil Facultativa – Veicular) cobrem os danos materiais, corporais ou morais causados a terceiros ou aos seus bens.

Caso você seja obrigado a pagar uma indenização por conta de um acidente, a seguradora arcará com as despesas até o valor contratado, incluindo os gastos com advogados e custas judiciais.

É importante lembrar que não são classificadas como ‘terceiros’ bens e pessoas ligadas de alguma forma a você: familiares, funcionários, sócios e dependentes. Da mesma forma, não estarão amparados pelo seguro de carro os danos causados a bens de terceiros que estejam sob sua responsabilidade.

Coberturas adicionais

Além das citadas anteriormente, podem ainda ser incluídas coberturas e serviços como:

  • Vidros: Garante a reposição ou reparo em caso de danos ao para-brisa, vidros laterais, traseiro, faróis, lanternas e retrovisores.
  • Equipamentos e Acessórios: Cobertura para kit gás, aparelhos multimídia e equipamentos de adaptação para deficientes físicos, por exemplo.
  • Assistência 24 horas: Os planos de assistência 24 horas normalmente incluem reboque em caso de pane ou acidente, troca de pneu, chaveiro, ajuda em viagem etc.
  • Carro Reserva: Caso o seguro seja acionado, é possível contar com um carro reserva durante período um limitado ou indeterminado de dias, conforme a opção contratada.

O que não está coberto?

Depois de destacarmos as principais coberturas do seguro de carro que você encontra no mercado, vamos ver aquelas situações que não estão cobertas pelo seguro, seja por ser um ‘risco excluído’ ou pela perda de direito.

  1. Riscos Excluídos: Os principais riscos excluídos são para catástrofes sociais (guerra, rebelião, insurreição ou revolução), uso indevido do veículo em competições e inobservância das leis de trânsito (superlotação, reboque não apropriado etc).
  2. Perda de Direitos: Há perda direito quando são omitidas ou prestadas informações falsas, o veículo é dirigido por pessoa sem habilitação ou existe uma tentativa de fraude, por exemplo.

Quanto custa o seguro de carro?

Quanto custa o seguro de carro?

No seguro de carro funciona assim, quanto maior o risco de um roubo ou acidente acontecer, maior é o preço cobrado pela seguradora. Da mesma forma, o contrário, carros e pessoas que apresentam um menor risco, pagam menos pelo seguro.

É verdade quando falam que mulheres e idosos pagam menos pelo seguro e que o seguro para pessoas entre 18 e 24 anos é mais caro. Tanto a primeira como a segunda afirmação é confirmada pelo histórico das seguradoras.

Na hora de calcular o preço do seguro, leva-se em conta, entre outras coisas, o modelo do veículo, seu uso, perfil dos motoristas e região de circulação. Baseadas em um histórico anterior de perfis parecidos com o seu, a seguradora sabe quanto precisa cobrar para ter condições de pagar as futuras indenizações.

As coberturas e serviços contratados também influenciam bastante no preço final do seguro. Fique atento! Quanto mais abrangente for o seguro, maior será o valor a ser pago. Avalie bem as coberturas, benefícios e serviços extras que lhe forem oferecidos.

Não existe uma tabela de preços do seguro de carro, mas para que você tenha uma ideia, no Rio de Janeiro, por exemplo, um seguro incluindo as coberturas que em geral são contratadas, pode custar entre 3% e 5% do valor do veículo, dependendo da região de circulação.

Quer contratar um seguro de carro barato? Neste artigo, listamos algumas dicas de como economizar no seguro.

Passo a passo para cotação, contratação e renovação do seguro de carro

Contratar e renovar uma apólice de seguro de carro é relativamente simples. Desde a cotação até a contratação do seguro, tudo pode ser feito do conforto da sua casa ou trabalho, por meio do telefone ou internet.

1. Encontre um corretor de seguros

O primeiro passo é procurar um corretor de seguros. Nesta busca, dê preferência aos profissionais e empresas que forem indicados por seus familiares e amigos, ou que tiverem uma boa reputação na internet. Assim, você já saberá de antemão se ele presta um bom serviço aos seus clientes.

O corretor de seguros é o profissional que te auxiliará na cotação, escolha das coberturas, contratação e renovação do seguro. Ele também te representará junto à seguradora neste e em qualquer outro assunto relativo ao seguro.

2. Faça uma cotação

A cotação é uma prévia do seguro. É através dela que você sabe o custo do seu seguro e de cada uma das coberturas e serviços incluídos. Sendo assim, peça ao seu corretor de seguros que faça cotações no maior número possível de seguradoras.

Não se assuste, no momento da cotação são solicitadas informações do veículo, do proprietário e dos condutores. Como vimos anteriormente, as seguradoras se basearão nestas informações para calcular o preço do seguro.

É importante ser o mais honesto possível ao passar os seus dados. Em um eventual sinistro (situação em que o carro sofre um acidente ou algum dano material), caso seja verificado que houve uma omissão ou mentira, a seguradora pode negar a indenização alegando má fé da sua parte.

Continuando. Recebendo as cotações das seguradoras, confira se todas as informações relacionadas ao uso do veículo estão corretas. Da mesma forma, em conjunto com o seu corretor de seguros, verifique se as coberturas e serviços incluídos atendem as suas necessidades.

Neste momento, é importante considerar:

  • Franquia: A franquia é o valor que você paga para acionar o seguro na hora do sinistro.
    Essa participação só ocorre em casos de dano parcial, ou seja, quando o custo do reparo não alcança 75% do valor do veículo. Quanto menor o valor da franquia, maior será o valor a ser pago pelo seguro.
  • Tabela FIPE: A seguradora se baseia em um percentual da Tabela FIPE ao pagar uma indenização. É possível contratar um percentual igual, maior ou menor que 100%. Quanto maior for o percentual de indenização, mais caro custará o seguro.
  • Formas de Pagamento: Em geral, o pagamento pode ser feito à vista ou parcelado em até 12x através de boleto, débito em conta corrente ou cartão de crédito. Na maioria das seguradoras, as opções sem juros vão até 5 parcelas.

3. Contratação e assinatura da proposta

Definida a seguradora, coberturas e serviços e forma de pagamento, o corretor de seguros emite uma proposta contendo todas as informações passadas por você, além das do seguro proposto: dados do veículo, proprietário, condutores, coberturas, início e fim da vigência, coberturas, valores etc.

A proposta assinada por você deve ser enviada para a seguradora. Seja como for, é sempre bom guardar uma cópia até que ocorra a emissão da apólice. A princípio, a proposta é a sua garantia da contratação do seguro.

É no momento do fechamento da proposta que você é alertado quanto à necessidade ou não de realizar uma vistoria no veículo. Quando ele é usado, e em algumas outras situações mais específicas, a seguradora sempre solicita que o carro seja vistoriado.

Essa vistoria serve, entre outras coisas, para que a seguradora saiba qual é a real situação do veículo, se possui avarias e se as informações passadas correspondem com as do documento (CRLV).

4. Emissão da apólice

Após o envio da proposta, pagamento da primeira parcela (ou à vista) e a realização da vistoria (se necessária), a seguradora tem até 15 dias para se posicionar quanto à aceitação ou não do seguro. Sendo aceito, ela emite a apólice.

A apólice é o documento oficial emitido pela seguradora pelo qual ela informa que aceitou o seguro. Junto com a apólice, são enviadas para você as condições gerais, onde consta detalhadamente a abrangência de todas as coberturas do seguro e também os riscos excluídos.

Endosso

Caso haja qualquer mudança nos dados informados inicialmente para o seguro é preciso comunicar a seguradora o quanto antes para que seja realizado o acerto. Isso é feito através da emissão de um endosso, documento pelo qual a apólice é alterada.

Caso não seja informada uma mudança no endereço de pernoite, uso do veículo ou alteração dos condutores, por exemplo, a seguradora pode vir a recusar a indenização em um eventual sinistro.

Pagamento e Cancelamento

É imprescindível que você mantenha os pagamentos do seguro em dia se parcelados. O não pagamento acarreta no cancelamento da apólice e perda cobertura.

A qualquer momento você também pode solicitar o cancelamento da sua apólice. Funciona assim, a seguradora faz um cálculo do que já foi pago e parte do valor poderá ser devolvido.

5. Renovação

Passado um ano da contratação do seu seguro, ou terminada a vigência da apólice, o seguro pode ser renovado na própria seguradora onde ele foi contratado ou em qualquer outra seguradora.

Com o tempo, as nossas necessidades tendem a mudar, por isso, é importante verificar se as coberturas e serviços serão mantidos ou se precisarão ser alterados para nos atenderem melhor.

No mais, as etapas são as mesmas, a única diferença é que você terá um bônus, que nada mais é do que um desconto dado aos clientes que não tiveram sinistros no último ano, ou seja, que não acionaram o seguro.

O que fazer em caso de sinistro?

O que fazer em caso de sinistro?

Infelizmente, ninguém está livre de se envolver em um acidente ou ter o seu veículo roubado. Se isso acontecer, entre em contato com o seu corretor de seguros ou seguradora o mais breve possível.

No mais, as medidas a serem tomadas são as medidas padrão: abrir um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima, anotar as dados de contato das testemunhas e de outros envolvidos, e assim por diante.

O próximo passo, caso o seu veículo tenha sofrido algum dano, será levá-lo a uma oficina para fazer um orçamento e posterior reparo. As seguradoras normalmente indicam uma lista de oficinas credenciadas, mas permitem que você escolha a que achar mais conveniente.

Feito o orçamento e verificado o valor do prejuízo, se este não ultrapassar o valor correspondente a 75% do valor do veículo, você paga a franquia diretamente para a oficina e o reparo do carro é feito.

Quando o valor do prejuízo ultrapassa 75% do valor do veículo é considerada a perda total (PT), o mesmo quando o veículo é roubado e não localizado.

Conclusão

Existem muitos riscos que são cobertos pelo seguro de carro e, neste momento, é importante verificar quais deles você pode e está disposto a assumir. Isso fará com que você contrate somente as coberturas e serviços que realmente precisa.

Se você possui uma reserva destinada exclusivamente ao seu veículo e não tiver um histórico ruim como motorista, pode ser interessante optar por uma franquia maior, pagando menos pelo seguro.

Para os carros que não possuem muitos opcionais e acessórios, pode ser uma boa opção contratar o seguro com um percentual de indenização menor da Tabela FIPE, o que já não é bom para quem ainda está no início de um financiamento.

Por fim, nem tudo é preço. Se estiver dentro das suas condições, avalie bem a contratação daquelas coberturas e serviços extras que lhe pouparão tempo e dor de cabeça caso aconteça algum imprevisto.

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